Tenho livros e papéis,
Espalhados pelo chão.
A poeira de uma vida
deve ter algum sentido!
Uma pista, um sinal,
de qualquer recordação,
uma frase onde te encontro
e me deixa comovido.
Guardo na palma da mão
o calor dos objectos,
com as datas e locais,
porque brincas, porque ris...
e depois o arrepio,
a memória dos afectos...
que me deixa mais feliz!
Deixa-te ficar na minha casa,
há janelas que tu não abriste...
O luar espera por ti,
quando for a maré vaza...
ainda tens que me dizer
porque é que nunca partiste.
Está na mesma esse jardim,
com vista sobre a cidade,
onde fazia de conta
que escapava do presente...
Qualquer coisa que ficou,
que é da nossa eternidade...
Afinal, de eternamente.
Filarmónica do Gil
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