quarta-feira, outubro 19, 2011

#8 - Filosofia de Ponta: Facadas nas costas

Duro de roer. Refiro-me ao golpe duro que se leva quando descobrimos nas outras pessoas a falsidade, a mentira e a ingratidão. Desilusão pura. De pessoas que não conhecemos, que conhecemos pouco, ou até de quem não gostamos, whatever, seja como for, não interessa muito o que pensam, o que dizem de nós, e o que fazem nas nossas costas. A mim, pelo menos, não me importa muito. No entanto, facadas monumentais nas costas pela mão de quem não estamos mesmo a contar, de quem, agora ou antes, tínhamos boa impressão, ou por quem já nutrimos anteriormente algum carinho... é dose. Dói saber que fazemos pelas pessoas aquilo que elas nunca fariam por nós. Dói saber que as pessoas nos mentem intencionalmente, enquanto nos enterram a espada do King Arthur bem fundo nas costas. Sem pré-aviso, sem amortecer a queda, sem analgésico. Um dia disseram-me que devia dar a outra face. Ok, mas para quem tem só duas faces, a matéria prima vai-se esgotando. Esses, os falsos, os dissimulados, os mentirosos, vivem de expedientes, sugando paulatinamente a energia e a boa vontade de quem está para os aturar. Certo é uma coisa: quem quiser que abra bem os olhinhos, e veja a serpente pendurada na árvore. Mas a boa fé cega as pessoas, que fazer?? Sinais evidentes: exacerbada vitimização. Uma pseudo-vítima passa a vida a chorar baba e ranho sobre as suas desgraças pessoais. O mundo é mau, e existe apenas para atormentar essas pessoas. As outras pessoas odeiam-nas, não se sabe porquê. Tratam-nas mal, ostracizam-nas, e porque será?? Despoletam a nossa compaixão, monopolizam-nos, levam-nos a crer que somos a salvação única do mundo. E, crédulos, embarcamos num relambório de acções e agradecimentos exagerados, mensagens de extremo afecto e agradecimento, oferendas de carinho e amizade eterna. Tuuuuuuuuuuudo falso. Nas nossas costas, escarnecem dos nossos actos, vangloriam-se dos benefícios obtidos com as suas tragicomédias, e, pior, acusam-nos de sermos os verdadeiros culpados das suas desgraças. Chamam-nos nomes, inventam, difamam, acusam. E nós nem sabemos, nem calculamos o que vai nas nossas barbas. Por isso, quando nos chegam aos ouvidos os relatos de tais infâmias, é como se uma parte do nosso mundo caísse. O que acreditamos - a boa vontade, a educação, a compaixão, a entre-ajuda ao nosso semelhante - são arrastadas pela lama como se se tratasse de um cadáver de um touro morto na arena. A mim, choca-me. Não peço que me idolatrem pelas minhas boas acções, mas pelo menos que não me ataquem pelas costas. E porquê? Porque fomos otários em acreditar nesses energúmenos. Não sei de quem é a maior culpa, sinceramente: Se da nossa absurda credulidade, se dessas sanguessugas encapotadas. Apenas existe uma solução - para não entrar pelo campo da ilegalidade.. porque umas chapadas bem assentes também eram de algum interesse... - é abominar essa gente, reduzi-la à sua insignificância, ostracizá-la de vez. Impedi-los de sequer nos dirigirem a palavra. Fingir que morreram. A mim, indigna-me que haja gente assim. E há muita.

terça-feira, setembro 27, 2011

#7 - Filosofia de Ponta: Mosquitos vs Annoying people.

Já todos tivemos algum incómodo com um insecto. Melga, mosquito, mosca, etc, dessas coisas que tem patas e asas e não nos largam a não ser que lhes depejemos um frasco de Mafu muito bem despejado em cima. Também se pode resolver a questão à pázada. Ou à chinelada, ou vassourada, ou qualquer coisa acabada em ...ada, e que resolva de vez o problema, esmagando o bicho mau até que o seu âmago saia cá para fora às golfadas. Há pessoas que nasceram para ser assim - parasitas da paciência alheia, melgam os outros como se não houvesse amanhã, mormente espalhando o seu mau feitio peçonhento. Este tipo de pessoas não tem vida própria, vive a vida dos outros - ou tenta, pelo menos, entrar na vida das pessoas, conspurcando-a de mau estar. Contamina tudo, e todos, a fim de se instalar e integrar onde nunca se integraria em boa fé. Desta feita, encostam-se, picam, fazem barulho, puxam e empurram, até fazer tropeçar alguém no seu rastilho de pólvora seca, e aí, então, tentam espezinhar e tomar o lugar do pobre diabo que teve o azar de cair. Mais não fazem do que tentar copiar pobremente a vida alheia. Vêem os outros felizes à sua volta, vêm estabilidade e concórdia, ao passo que olham para dentro de si, e só vêem duas coisas - negro e vazio. Desprezam a felicidade dos outros, invejam-na. Querem-na para si, tentam apropriar-se dos momentos bons dos outros. E, nas suas própias vidas sem sentido, percorrem um ror de asneiras ridículas, que mais não são vagas tentativas de imitação. E insistem.... e voltam a bater com a cabeça na parede. E continuam - e, pior - orgulham-se da asneira.... Certas pessoas fazem-me lembrar directamente as moscas no Verão, a bater nos vidros. Sabem que tem uma barreira. Sabem que não a conseguirão jamais atravessar. No entanto, marram insistentemente até perder os sentidos. Ou até a mão alheia lhes assentar uma valente pantufada. ou então que lhes abra o vidro da janela. Pessoalmente, prefiro a solução da pantufada. Pela minha parte, cansei de ser benevolente, o raio das moscas não merecem esse esforço. E certa gente também não. Até porque, tal como no caso das moscas, pessoa que beneficia da nossa clemência, mais tarde ou mais cedo acaba por vir melgar de novo. E é aí que nos arrependemos. Esta gente mais não é do que uma palhaçada, uma trupe de mimos sem graça que ninguém ouve. Incomodam - mas ninguém os ouve. É apenas divertido rir dos seus trambolhões desajeitados, mas, at the end of the day, vamos para nossa casa, e esquecemos que existem. Deixamo-los ao relento, como cães sarnentos, almejando os seus 5 minutos de atenção e uma refeição quente. E é lá que estão bem. Essa gente, não me refiro aos cães, coitados, esses merecem pelo menos uma refeição quente. Piada tem o facto de que esta gentinha anda em enxame - junta-se muito bem, ainda que suas viperinas línguas enterrem os vivos e desenterrem os mortos. Causam alvoroço, agitação, no intuito de terem os seus minutos de fama e atenção. No fundo, não querem morrer sós ao canto de uma sala, sentados numa cadeira de pau. Mas esse é certa e fatalmente o seu destino. Vidas vazias criam Annoying People, tal como a porcaria faz proliferar os insectos chatos. Limpe-se a porcaria, encham-se as vidas - e todo o mundo seria melhor. Por mim, ao inferno com essa gente daninha e morrinhenta. E com os insectos chatos também...