domingo, maio 12, 2013


Num segundo, trouxeram a emoção, 
do passado, um longo caminho;
Do peito arrancaram a verdade,
e caiu por terra o pano da triste comédia
que lhes tolhia os sentidos:
Não mais viverão no caos, 
não mais ansiarão pela Felicidade;
Apenas lhes resta o Sentimento, 
a Vida, a Alma, 
e o Sinal, 
de tantos anos cravado no coração, 
que trazem agora tatuado na pele. 


Sunshine and Angel - Maio 2012



quarta-feira, outubro 19, 2011

#8 - Filosofia de Ponta: Facadas nas costas

Duro de roer. Refiro-me ao golpe duro que se leva quando descobrimos nas outras pessoas a falsidade, a mentira e a ingratidão. Desilusão pura. De pessoas que não conhecemos, que conhecemos pouco, ou até de quem não gostamos, whatever, seja como for, não interessa muito o que pensam, o que dizem de nós, e o que fazem nas nossas costas. A mim, pelo menos, não me importa muito. No entanto, facadas monumentais nas costas pela mão de quem não estamos mesmo a contar, de quem, agora ou antes, tínhamos boa impressão, ou por quem já nutrimos anteriormente algum carinho... é dose. Dói saber que fazemos pelas pessoas aquilo que elas nunca fariam por nós. Dói saber que as pessoas nos mentem intencionalmente, enquanto nos enterram a espada do King Arthur bem fundo nas costas. Sem pré-aviso, sem amortecer a queda, sem analgésico. Um dia disseram-me que devia dar a outra face. Ok, mas para quem tem só duas faces, a matéria prima vai-se esgotando. Esses, os falsos, os dissimulados, os mentirosos, vivem de expedientes, sugando paulatinamente a energia e a boa vontade de quem está para os aturar. Certo é uma coisa: quem quiser que abra bem os olhinhos, e veja a serpente pendurada na árvore. Mas a boa fé cega as pessoas, que fazer?? Sinais evidentes: exacerbada vitimização. Uma pseudo-vítima passa a vida a chorar baba e ranho sobre as suas desgraças pessoais. O mundo é mau, e existe apenas para atormentar essas pessoas. As outras pessoas odeiam-nas, não se sabe porquê. Tratam-nas mal, ostracizam-nas, e porque será?? Despoletam a nossa compaixão, monopolizam-nos, levam-nos a crer que somos a salvação única do mundo. E, crédulos, embarcamos num relambório de acções e agradecimentos exagerados, mensagens de extremo afecto e agradecimento, oferendas de carinho e amizade eterna. Tuuuuuuuuuuudo falso. Nas nossas costas, escarnecem dos nossos actos, vangloriam-se dos benefícios obtidos com as suas tragicomédias, e, pior, acusam-nos de sermos os verdadeiros culpados das suas desgraças. Chamam-nos nomes, inventam, difamam, acusam. E nós nem sabemos, nem calculamos o que vai nas nossas barbas. Por isso, quando nos chegam aos ouvidos os relatos de tais infâmias, é como se uma parte do nosso mundo caísse. O que acreditamos - a boa vontade, a educação, a compaixão, a entre-ajuda ao nosso semelhante - são arrastadas pela lama como se se tratasse de um cadáver de um touro morto na arena. A mim, choca-me. Não peço que me idolatrem pelas minhas boas acções, mas pelo menos que não me ataquem pelas costas. E porquê? Porque fomos otários em acreditar nesses energúmenos. Não sei de quem é a maior culpa, sinceramente: Se da nossa absurda credulidade, se dessas sanguessugas encapotadas. Apenas existe uma solução - para não entrar pelo campo da ilegalidade.. porque umas chapadas bem assentes também eram de algum interesse... - é abominar essa gente, reduzi-la à sua insignificância, ostracizá-la de vez. Impedi-los de sequer nos dirigirem a palavra. Fingir que morreram. A mim, indigna-me que haja gente assim. E há muita.

terça-feira, setembro 27, 2011

#7 - Filosofia de Ponta: Mosquitos vs Annoying people.

Já todos tivemos algum incómodo com um insecto. Melga, mosquito, mosca, etc, dessas coisas que tem patas e asas e não nos largam a não ser que lhes depejemos um frasco de Mafu muito bem despejado em cima. Também se pode resolver a questão à pázada. Ou à chinelada, ou vassourada, ou qualquer coisa acabada em ...ada, e que resolva de vez o problema, esmagando o bicho mau até que o seu âmago saia cá para fora às golfadas. Há pessoas que nasceram para ser assim - parasitas da paciência alheia, melgam os outros como se não houvesse amanhã, mormente espalhando o seu mau feitio peçonhento. Este tipo de pessoas não tem vida própria, vive a vida dos outros - ou tenta, pelo menos, entrar na vida das pessoas, conspurcando-a de mau estar. Contamina tudo, e todos, a fim de se instalar e integrar onde nunca se integraria em boa fé. Desta feita, encostam-se, picam, fazem barulho, puxam e empurram, até fazer tropeçar alguém no seu rastilho de pólvora seca, e aí, então, tentam espezinhar e tomar o lugar do pobre diabo que teve o azar de cair. Mais não fazem do que tentar copiar pobremente a vida alheia. Vêem os outros felizes à sua volta, vêm estabilidade e concórdia, ao passo que olham para dentro de si, e só vêem duas coisas - negro e vazio. Desprezam a felicidade dos outros, invejam-na. Querem-na para si, tentam apropriar-se dos momentos bons dos outros. E, nas suas própias vidas sem sentido, percorrem um ror de asneiras ridículas, que mais não são vagas tentativas de imitação. E insistem.... e voltam a bater com a cabeça na parede. E continuam - e, pior - orgulham-se da asneira.... Certas pessoas fazem-me lembrar directamente as moscas no Verão, a bater nos vidros. Sabem que tem uma barreira. Sabem que não a conseguirão jamais atravessar. No entanto, marram insistentemente até perder os sentidos. Ou até a mão alheia lhes assentar uma valente pantufada. ou então que lhes abra o vidro da janela. Pessoalmente, prefiro a solução da pantufada. Pela minha parte, cansei de ser benevolente, o raio das moscas não merecem esse esforço. E certa gente também não. Até porque, tal como no caso das moscas, pessoa que beneficia da nossa clemência, mais tarde ou mais cedo acaba por vir melgar de novo. E é aí que nos arrependemos. Esta gente mais não é do que uma palhaçada, uma trupe de mimos sem graça que ninguém ouve. Incomodam - mas ninguém os ouve. É apenas divertido rir dos seus trambolhões desajeitados, mas, at the end of the day, vamos para nossa casa, e esquecemos que existem. Deixamo-los ao relento, como cães sarnentos, almejando os seus 5 minutos de atenção e uma refeição quente. E é lá que estão bem. Essa gente, não me refiro aos cães, coitados, esses merecem pelo menos uma refeição quente. Piada tem o facto de que esta gentinha anda em enxame - junta-se muito bem, ainda que suas viperinas línguas enterrem os vivos e desenterrem os mortos. Causam alvoroço, agitação, no intuito de terem os seus minutos de fama e atenção. No fundo, não querem morrer sós ao canto de uma sala, sentados numa cadeira de pau. Mas esse é certa e fatalmente o seu destino. Vidas vazias criam Annoying People, tal como a porcaria faz proliferar os insectos chatos. Limpe-se a porcaria, encham-se as vidas - e todo o mundo seria melhor. Por mim, ao inferno com essa gente daninha e morrinhenta. E com os insectos chatos também...

sábado, julho 03, 2010

#6 - Filosofia de Ponta: Ideias Fixas

Este é um texto que escrevi algures em 2006, e que revisitei no meu espaço do Hotmail. Surpreendida como ainda se mantém actual, volto a publicar.
Não, não vou aqui tecer considerações sobre o Ideiafix, o fiel cão de Obélix, companheiro divertido nas aventuras e camarada voluntário na protecção dos indefesos, da minha saudosa BD, que há tanto tempo que não leio.
Ideia que surge da inspiração de um fantástico texto que um amigo meu tem no blog dele (olá, A .)
De facto, as pessoas vivem de ideias fixas.
Nascemos com uma ideia fixa - ser felizes. É um programa que nos instalam no cérebro, e que somos nós a desenvolver. Mesmo que a mensagem de erro surja irritante e repetidamente, continuamos a fazer OK, sem parar, à espera que o problema se resolva sozinho.
Este conceito de "ser feliz" - ideia fixa por excelência, compõe-se de vários subtítulos, também eles ideias fixas.

A primeira é que só se é feliz quando se tem um bom emprego. Bem, pelo menos quando se TEM emprego. Pois. Não se pode dizer que seja uma mentira pegada... mas então porque é que tantas pessoas se arrastam diariamente para os seus locais de trabalho, carregando nas costas o peso de toneladas de insatisfação? Entramos num autocarro, vemos caras que se contorcem por dentro, mãos que se crispam, olhares cansados de tristeza, absortos, olhando o horizonte longínquo como quem espera o barco salva-vidas que não vem. Estamos numa fila de trânsito, olhamos para as pessoas ao volante do carro ao lado (eu faço isso amiúde...) e raramente vemos um rosto iluminado, trauteando a musiqueta da Rádio, batucando com os dedos no volante. Antes vemos faces carrancudas, a praguejar contra o caos. E vai quase toda a gente para o emprego!!! Esse mesmo que lhes dá a felicidade!!!! Bem, sendo a felicidade um cheque ao fim do mês... ok, são felizes. (alguns, pelo menos...). Mas e o conceito de realização pessoal??? Não conta??? Não, se calhar não conta. Calculo que, por esta ordem de ideias, o nosso primeiro-ministro, ou os administradores nas nossas maiores empresas saiam de casa todos os dias de manhã com um sorriso de orelha a orelha. Ou se calhar nem por isso... (bem, ao nosso Primeiro, desde que magoou a perna na neve, deve custar-lhe mais).

Depois - a ideia de que ter bens materiais é ser feliz - um indivíduo rico é feliz porque é rico. Não contesto, o €€€€ não traz felicidade, mas lá que ajuda... E depois, os mais desprendidos podem sempre usar o vil metal para ir para o Botswana em missão humanitária. Felicidade? Talvez, e muita. Queremos todos ser ricos, a ânsia dos que o são é preencher o vazio de espírito que vem da facilidade entediante das coisas, a ânsia dos que não o são, é ser.... Por isso se joga loucamente no Euro milhões. É uma sociedade de consumo, que valoriza o status, o aspecto, o ter mais que o ser, o poder e quem o detém, o vil metal. Quem pode, pode. Quem não pode... reduz-se à sua insignificância e sai de cima. A Feira das Vaidades instalou-se de tal maneira que as ruas não são ruas, os cafés não são cafés, a assembleia da república não é um local de discussão e resolução das problemáticas da nação: são passerelles de concurso, onde se apura quem mais tem e quem mais pode...
Outra ideia fixa: ninguém é feliz sozinho. CERTO. Mas subverteu-se o conceito de tal maneira, que a definição de "sozinho" é: sem par, sem cônjuge, sem companheiro(a)... Pois sim. Regressamos à dualidade. 2 é o número perfeito (não era o 3??). Só se é perfeito se se for o 1 da expressão 1+1. Isto porque, claro, o resultado desta expressão não é 2, como seria matematicamente correcto, mas antes 1. CONTA ERRADA. 1+1=2, até eu sei isso. O dia de S. Valentim, por exemplo. Pobre santo, que aposto que não queria que usassem o seu nome em vão, é, concerteza, contra esta algaraviada dos ursos de peluche com corações. Tem que ser. Mas percebe-se porque se enfatiza tanto o facto de se ter alguém: as relações já não dão certo, os casais felizes são uma raridade. Logo, quando há escassez... o produto fica-nos mais caro... lei da oferta e da procura. Vários tipos de ideias fixas:
1- A de que se encontramos alguém, e as coisas funcionam, não interessa se não é bem aquilo que queremos... interessa é que seja alguém que esteja connosco, que faça número, e que não nos dê muita chatice. Tipo de relação: Socialmente aceitável, confortável, minimamente estável e... profundamente entediante. E mesmo que se fomente a relação paralela... o que interessa é fazer estatística, jogar no clube dos números pares. Mesmo que seja a mais infeliz das situações, mesmo que sangrem os olhos e os corações dos golpes desferidos pelo ente amado. As amarras não se soltam, porque é pior estar só.
2 - A de que somos uns infelizes e desgraçados seres humanos, só porque não temos o tal par, não temos jantares românticos, não oferecemos nem recebemos flores vermelhas nem peluches com corações. E depois? Deixamos de ser pessoas por isso? Porque vivemos atormentados com essa estúpida ideia? Só porque somos estúpidos. Blind poor stupid people. Mas isso acontece porque há uma discriminação parola em relação a pessoas que se assumem livres e devolutas. "ai, mas ainda não arranjaste marido???", diz-me a Tia Maria de vez em quando na mercearia lá da terra. "Não, Tia Maria, tenho mais que fazer.”, digo eu. "mas olha que ficas para tia!!!!", diz ela. "Ná... isso é que não fico... não tenho irmãos, posso lá alguma vez ficar pra tia...", digo eu outra vez. "pois.. mas olha que vais ficando entradota e depois ninguém te pega..." Diz ela. "Deixe lá, depois faço uma OPV sobre mim própria..." , e com esta é que eu a calei... mas só porque ela não sabia o que era uma OPV. Mas que a Tia Maria diga isto, é normal. A tia Maria tem 70 anos, e nunca saiu da aldeia, para ela, ter marido é condição sine qua non para se ter uma vida decente. Mas que o digam pessoas supostamente esclarecidas, não há magnanimidade que aguente. E que as há, há.... Sozinhos, mas existem outras coisas. Olhem, liberdade de escolha, por exemplo.... Liberdade, no sentido lato. No socks to sew...., pelo menos. E valoriza-se o nosso próprio eu, sem apêndices; a falha, como o sucesso, são da nossa responsabilidade, o tempo também é nosso. E assim podemos gastá-lo com outras coisas. E o mesmo que se diz da alma, diga-se também em relação ao corpo.
3 - A ideia da necessidade de um corpo diariamente ao lado do nosso (ou noutra posição qualquer).... bem, questionável, ainda que a ideia não seja má de todo. Mas que seja por paixão, por desejo, por afinidade, por amor, por amizade, porque sim... mas nunca por comodismo. Corpos são corpos, e o prazer pode obter-se de muitas maneiras... mas corpos também são pessoas. Não as podemos prender, nem a elas, nem a nós próprios. O sexo não pode prender, antes deve libertar. O problema grave e complicado é que, se por um lado se desprestigiou a relação duradoura, vigorando o regime do usa-e-manda-para-a-reciclagem, por outro lado há por aí muita relação se vai mantendo à base de comodismo e inércia. Hélas.
É necessário levantar o real traseiro do banquinho minúsculo (desculpa, A., plagiei esta...) onde vivemos agachados, levantar a cabeça e seguir em frente. Soltar amarras, procurar o que quer que seja que nos realiza verdadeiramente, não por 2 minutos e meio, mas durante o tempo necessário para desfrutarmos dessa felicidade. Ideias fixas, estereótipos fabricados pela Coca-Cola não, por favor. O conceito de felicidade devia ser construído pela mão de cada um, com as directivas que para si são importantes. Sem censuras, sem discriminações, sem bloqueios.
Ideiafix é um cãozinho amoroso, cuja ideia fixa é seguir religiosamente o seu gordo dono das calças às riscas.
Não à subserviência.
C´est tout.

segunda-feira, dezembro 28, 2009

#5. Filosofia de Ponta: Reminiscências e Raízes

Certamente toda a gente já teve aquela sensação de conforto absoluto e segurança ao voltar ao local das suas raízes. É um facto que a Dorothy do "Feiticeiro de Oz "tinha toda a razão quando batia os calcanhares nos seus sapatinhos de rubi, e dizia, fechando os olhos, "there's no place like home". É absolutamente verdade. Este Natal pude ir a casa dos meus pais. Nem sempre isso é possível, por várias ordens de razões, mas este ano consegui ir 3 dias à terra que me viu nascer. Nos últimos anos, tenho faltado muitas vezes à chamada da casa paterna, e visto daqui, tenho pena que assim tenha sido. A minha terra é muito fria, sobretudo nesta época do Natal. Não neva (felizmente!...). mas foram muitos anos a saborear pais natal de chocolate enrolada numa manta na cozinha a ver filmes no dia de Natal à tarde. À parte com todas essas tretas do Natal, das prendinhas, dos centros comerciais e das compras, das renas e tipos barbudos vestidos à Coca-Cola, e demais foleirices que toda a gente sabe que odeio, voltar à terra este Natal trouxe-me as reminiscências de tempos que já passaram e que, sinceramente tenho saudades. Pegar no meu antigo carrito, chaufagem no máximo, rumar a Viana do Castelo e ir visitar uma grande amiga dos tempos de menina (mesmo que tenha ido directamente ao emprego dela!!! - P..., adoro-te!), percorrer aqueles 20 km de Ponte de Lima a Viana a ouvir as musiquetas da Rádio Ondas do Lima, ora folclore (delícia dos domingos de manhã), ora o "One Moment in Time" da Whitney Houston; ver o pessoal a movimentar-se para todos os lados numa azáfama, logo de manha cedinho, mesmo num domingo (que saudades de ver lojas abertas às 9h da manhã e até antes!!!), conhecer as pessoas de vista, ver miudos que carragámos ao colo já enormes e muitos deles com família constituída; passar pelos fotógrafos e ver as fotos dos casamentos dos nossos colegas de escola que não vemos há anos, sair da missa das 7h30 da manhã, frio de rachar, e passar no tasco de sempre, lá estando a salamandra acesa , prontinha para sentar em frente e aquecer os pés, tomar um café, uma sopa, um cozido, o que quer que se esteja a fazer na cozinha do amigo Carlos, conversar com os amigos, vizinhos e conterraneos em geral, como se nunca dali tivesse abalado... São reminiscências tão boas e tão presentes, felizmente, que quase que me fazem esquecer o motivo que me fez sair de lá há uns bons anos. E porque surtem estas reminiscências do passado e das raízes de cada um este tipo de sensações? Dizem que o local onde se nasce permanece sempre nas nossas memórias como o início de tudo, a marca inicial da nossa personalidade. De facto, até pode ser assim, não sei é como será com os saltimbancos, ou as pessoas que passam a vida em constante viagem. De toda a forma, como muita da minha infância também foi passada na outra ponta do país, completamente oposta em costumes e em atitudes, às vezes as coisas confundem-se, mas parece que ainda voltei para o Norte a tempo de deixar aprofundar na minha memória a pureza e a espontaneidade daquela terra. Tem mais a ver comigo, não sei. Quando um indivíduo nasce, forma a sua personalidade em torno de determinados valores que lhe são transmitidos, por todos os que o rodeiam. É imbuído no ambiente. A minha ideia é que mesmo que saia dali, mesmo que emigre, viaje, desapareça, e mesmo que o negue, o local suas raízes fica na mente do indivíduo marcado como o círculo de encontro, o primeiro porto de onde se saiu, aquele ponto onde se anseia voltar, nem que seja para ver como está. Um marco, um porto seguro, o inicio da aventura. No fundo, o conforto e a segurança que a nossa terra nos traz à lembrança tem a ver com a própria segurança do útero materno, com o conforto do circulo familiar. Saímos dali. Somos dali. E não há status nem farsa que possa apagar isso. Choca-me que as pessoas neguem as suas raízes, ou pior, que trocem das raízes dos outros. Cada um é de onde é, teve a educação que teve, e com o tempo pode chegar onde quiser, se quiser. O lugar de onde saiu pode até ser irrelevante como condicionante,(ou não) mas está lá. E seja onde for, deve ser motivo de respeito, pelo menos. Negar as raízes é cobarde. E eu não sou cobarde. Tenho muito orgulho de ser donde sou.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Amizade pura

Sem entraves, sem névoas,

a amizade é um límpido lago, vasto,

que nunca se esgota, não evapora,

apenas vai mudando de forma ao logo dos anos.

A erosão do tempo não o gasta, apenas apura,

reforça as suas bases e abrilhanta a sua superfície.

a pureza das suas águas torna-se cada vez mais refinada,

e não se contamina de forma alguma,

nem o lodo da distância lá consegue alastrar.

Amigos, dos verdadeiros,

são aqueles que temos no coração a vida toda,

e que não esquecemos mesmo que estejam longe da nossa vista.

São vocês. Vocês sabem.